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FLOW: A INCRÍVEL EXPERIÊNCIA DE FLUIR

Você já ouviu falar de Flow (em português traduzido como estado ou experiência de fluxo)? Este conceito foi proposto na década de 70 pelo psicólogo e professor croata Mihaly Csikszentmihalyi, e pode ser definido como:

Um estado mental onde o corpo e a mente fluem em perfeita harmonia, é um estado de excelência caracterizado por alta motivação, alta concentração, alta energia e alto desempenho, por isso também chamado de experiência máxima ou experiência ótima. As experiências de FLOW muitas vezes são lembradas como os momentos mais felizes da vida da pessoa, os momentos onde ela se sentiu no seu melhor.

Conseguiu lembrar de algum momento ao longo de sua jornada em que teve essa experiência?

Muitas vezes nos dedicamos a inúmeras atividades ao longo do dia sem nos darmos conta da relevância que cada uma delas tem para nós. Pensando nisso, o professor Mihaly partiu em busca dos elementos que contribuíam para uma vida valer a pena e descobriu que a felicidade não está diretamente relacionada com o aumento de riquezas ou poder aquisitivo dos indivíduos. A felicidade, segundo suas pesquisas, surge após as experiências de FLOW. Após entrevistar pessoas de diversos níveis de educação e cultura, de alpinistas a monges, percebeu que existiam elementos comuns que indicam o estado de FLOW:

  • Objetivos claros

  • Concentração e foco elevados

  • Sentimento de êxtase, extraordinariedade

  • Sensação de tempo distorcida (totalmente presente)

  • Feedback direto e imediato

  • Equilíbrio entre o nível de habilidade e de desafio

  • Sensação de controle pessoal sobre a atividade (serenidade, não há preocupações)

  • Motivação intrínseca (atividade é recompensadora em si)

“O que faz a vida valer a pena?”

Resumo - Veja o Trabalho desenvolvido - tese mestrado de Alice Leite Lopes - UM

Na procura da compreensão dos factores e competências psicológicas que acompanham os bons e elevados desempenhos e rendimentos desportivos, alguns constructos têm vindo a ser referidos pela literatura como elementos associados à qualidade do rendimento desportivo. É o caso da capacidade de visualização mental, as experiências de flow, as expectativas de autoeficácia, a ansiedade do rendimento e as avaliações cognitivas (percepção de ameaça e desafio) na competição desportiva. São esses factores (e as suas inter-relações) que pretendemos analisar mais detalhadamente no nosso estudo, particularmente junto de uma amostra de atletas de desporto adaptado, onde a investigação psicológica (tanto em termos internacionais, como nacionais) é ainda escassa. Os participantes neste estudo exploratório e correlacional foram 34 sujeitos, todos eles do sexo masculino, praticantes de basquetebol adaptado em cadeira de rodas, com idades compreendidas entre os 16 e 63 (M=35,7 anos). Foram administradas medidas da frequência de diferentes tipos de visualização mental, capacidades de VM motivacional, experiências de flow, percepções de ameaça na competição desportiva e ansiedade competiva. Os resultados obtidos permitiram avaliar as interrelações entre estes construtos e competências, bem como avaliar e medir o uso e frequência de importantes competências e estratégias de VM. Estes dados são apresentados e discutidos, sendo apresentadas algumas implicações para a intervenção psicológica no desporto adaptado.

I- Introdução e importância do tema

No domínio da Psicologia do Desporto e das competências psicológicas associadas ao rendimento desportivo, a visualização mental (VM) tem recebido particular atenção, não só pelo seu papel no rendimento desportivo, mas também pela sua inclusão quase obrigatória em programas de treino de competências mentais e de preparação psicológica para a competição desportiva. A maior parte dos investigadores reconhece a importância da VM como relevante complemento ou “contíguo” do treino físico e técnico, enquanto alguns autores chegam mesmo a sugerir alguma “equivalência” (funcional) entre a VM e a prática física e motora (Araújo & Gomes, 2005; Dias, Faria & Cruz, 1997; Cruz, 1996; Hall, 2001; Marques & Gomes, 2006; Silvério & Srebro, 2006). Vários têm sido os correlatos ou factores associados ao uso, funções e efeitos da VM no desporto e no exercício. O conceito de Flow, por exemplo, é uma função que emergiu, a partir dos dados, através da visualização mental motivacional, nas respostas dadas pelos participantes, onde estes fazem menção à utilização de imagens mentais como auxílio para a passagem a um certo "modo", experiência ou estado óptimo associado a níveis de rendimento máximo, superior ou extraordinário (Cruz, 1996; Weinberg & Gould, 2007). Segundo a formulação original, o flow é um estado psicológico óptimo que ocorre quando existe um equilíbrio entre os desafios percebidos e as competências na actividade em questão (Csikszentmihalyi, 1990). Nos últimos anos, um grande número de investigadores tem aplicado este modelo teórico do flow a contextos desportivos e de actividade física, procurando conhecer e compreender melhor os factores psicológicos associados ao flow e à qualidade das experiências óptimas vivenciadas pelos atletas na competição desportiva. Recentemente, Stravou, Zervas e Jackson (2007) evidenciaram as diferenças entre quatro estados experienciais do modelo de flow (apatia, ansiedade, relaxamento e flow), bem como as relações entre percepções de desafio, competências e experiências de flow, com os consequentes efeitos no rendimento desportivo. Mas efeitos da VM na melhoria de outras competências psicológicas têm sido, igualmente, sugeridos. Entre as associações estudadas encontra-se a auto-confiança (autoeficácia), através da formação de sentimentos de competência e sucesso. O uso mais frequente de determinadas formas e tipos de VM parece estar relacionado com níveis mais elevados de auto-confiança em situações competitivas. Inversamente, tal uso parece estar relacionado com 10 reduções e/ou diminuições dos níveis de ansiedade competitiva e com as avaliações cognitivas (desafio vs ameaça) e interpretações ou percepções da ansiedade do rendimento (facilitativa vs. debilitativa). Sendo o desporto caracterizado por exigências de níveis óptimos de rendimento em situações de elevada pressão e stress, não admira que o uso da VM tenha vindo a ser sugerido como uma estratégia eficaz de controlo da ansiedade do rendimento (Cruz, 1996; Dias, Faria & Cruz, 1997; Vadocz, Hall & Moritz, 1997; Weinberg & Gould, 2007).


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